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sábado, maio 01, 2004  

vuelvo al sur


Barca no Guadiana para Moura. Baixo Alentejo | Jorge Gaspar | 1969
© Centro de Estudos Geográficos (Universidade de Lisboa)


Não está quase nada definido. Começamos por Portalegre. Uma noite no Hotel de Moura também é certo. Depois atravessar Pias em direcção a Serpa. Quero ver de novo aquelas ruínas romanas, perto de Beja e uma estação de caminhos de ferro abandonada que me ficou na memória. Escolher as estradas mais escondidas, chegar talvez ao Pomarão. E estando aí, voltar às abandonadas e misteriosas Minas de São Domingos.
No saco, roupa ligeira e algumas cassetes.
Volto dentro de dias.

vuelvo al Sur, como se vuelve siempre al amor, vuelvo a vos, con mi deseo, con mi temor…

posted by Anónimo on 14:57


 

It's...




Doctor! Doctor! DOCTOR! DOCTOR! Doctor! Doctor! Where is the Doctor?



Hello!
Are you a brain specialist?



No, no, I am not the brain specialist. No, no, I am not... Yes. Yes I am.



My brain hurts!

posted by zazie on 01:50


sexta-feira, abril 30, 2004  

Manhã fria de Maio



Anatoli Erin| Glasovo | 5 Maio 1991 | © Moscow House of Photography

posted by Anónimo on 23:18


 

Quando duas mulheres pecam

É o título brasileiro de "Persona", do Bergman. Em alguns sites vi-o referido de forma ainda mais bizarra: "Quando duas mulheres pecam (Persona)". São parênteses, portanto, as ideias de Bergman. Admitindo que o título do filme foi traduzido, desta forma abusiva, insultuosa e atrofiada, por um puritano alienado em tempos puritanos e alienados, não seria já altura de se limpar o filme de tal nódoa?


posted by camponesa pragmática on 13:35


 

sob escuta


posted by camponesa pragmática on 13:12


 

Num jardim do Nordeste

À minha frente as esplêndidas flores escarlates
dos lírios vermelhos florentinos. D. H. Lawrence
fala, não sei em que romance, do desejo puro dessa
cor. Encontrei esses lírios, mais tarde, nos
jardins do palácio Pitti e tinha-os agora à minha
frente com a poderosa e pura inocência do desejo.
Sem qualquer cheiro. Escarlates.

João Miguel Fernandes Jorge, "Bellis Azorica"
© Relógio d' Água

posted by Anónimo on 13:09


 

Aos sábados no Jardim Botânico

8 de Maio A Floresta em Portugal
Biodiversidade e Paisagem - Prof. Francisco Castro Rego (Instituto Superior de Agronomia, Lisboa)
Incêndios Florestais: As vertentes Natural e Humana - Prof. Joaquim Sande Silva (Escola Superior Agrária de Coimbra)

15 de Maio A Flora e a Vegetação dos Açores e da Madeira
A Flora e Vegetação do Arquipélago dos Açores - Prof. Carlos Aguiar (Escola Superior Agrária de Bragança)
A Flora e Vegetação do Arquipélago da Madeira - Engº Jorge Capelo (Estação Florestal Nacional, Lisboa)

22 de Maio Conservação do Litoral
Dinâmica Costeira e Associações Vegetais - Prof. Gaspar Soares de Carvalho (Universidade do Minho)
Ordenamento Costeiro: Biodiversidade e Conservação - Prof. Paulo Santos (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto)

29 de Maio Urbanismo e Ambiente
Urbanismo de Base Ecológica - Profª Manuela Raposo Magalhães (Instituto Superior de Agronomia, Lisboa)
A Cidade e o Ambiente - Prof. Fernandes de Sá (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)

Ciclo de conferências sobre os diversos domínios do Ambiente. As conferências contam com a colaboração de especialistas de reconhecido mérito e são destinadas a todos os interessados pelos temas abordados. No fim de cada sessão decorrerá numa visita guiada ao Jardim.

Sábados (dias 8, 15, 22 e 29) de Maio 2004:
14h30 Recepção | 15h00-17h00 Conferências (90 minutos: 45 minutos por orador e 30 minutos de debate) | 17h00-18h00 Visita Guiada ao Jardim Botânico

Entrada Livre (limitada a 100 pessoas)

Contactos: Ângela Lomba / João Honrado
Telefones: 22 600 2153 / 22 609 81 34 / Fax: 22 609 22 27





posted by Anónimo on 13:06


 

ondas curtas

1.
"A arte é a mais elevada forma de esperança", diz Gerhard Richter. Para confirmar no Museu do Chiado até 27 de Junho.


Gerhard Richter | Mulher descendo as escadas | 1965

2.
"Fotografia verbal" reune Ilya Kabakov e Boris Mikhailov no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

3.
"Coramos mesmo quando não queremos corar: se o corpo quiser corar nós não temos hipóteses. Os políticos, por exemplo, estão absolutamente proibidos de corar - mas corar é uma reacção instintiva. É interessante pensar que nesses momentos o nosso corpo é imperfeito", explica Wim Vandekeybus ao Público.

4.
eu há muito tempo que não estou cá
[...]
"É sobre o quê, Miguel?", pergunta Cesariny na tarde da ventoinha e do leque em que o visitámos. "Sobre um homem que não se encontra", tenta Miguel. Cesariny acena com a cabeça.



posted by Anónimo on 10:18


 

Nous ne savons rien…

…Nous enregistrons, nous calculons,



et nous tirons les conséquences.



Presque tous les jours, il y a des mots qui disparaissent. Alors à la place, ou même pas forcément, on met des nouveaux mots qui correspondent aux idées nouvelles.
D'ailleurs, depuis 2 ou 3 mois, il y a des mots que j'aimais beaucoup qui ont disparu: rouge-gorge, pleurer, tendresse...




Pour notre malheur le monde est réel, et moi, pour mon malheur, je suis alfa 60



Il arrive que la réalité soit trop complexe pour la transmission orale



Nous vivons dans l'oubli de nos métamorphoses...



C'est toujours comme ça, on ne comprend jamais rien et on finit par en mourir

posted by zazie on 02:35


quinta-feira, abril 29, 2004  

uma nuvem é uma nuvem


posted by Anónimo on 17:54


 

Do outro lado, passando o espelho











[...]

Íamos, sem saber para onde,
Perseguidos por miragens de cidades
Derrotadas construídas no milagre,
Hortelã pimenta aos nossos pés,
As aves acompanhando-nos o voo,
E no rio os peixes à procura da nascente;
O céu, a nós se abrindo.

Porque o destino seguia-nos o rasto
Como um louco com uma navalha na mão.

Arsenii Tarkovskii
tradução de Paulo da Costa Domingos, edição Assírio & Alvim, gato maltês #17

posted by Anónimo on 13:03


 

uma árvore é uma árvore


Autor desconhecido | Estudos de paisagens | França | século XIX | © Moscow House of Photography

Os jardineiros deviam ser proibidos de utilizar serras, machados, tesouras e quaisquer outros objectos cortantes.

A forma de uma árvore deve ser incerta e inesperada.

posted by Anónimo on 11:57


 

caro diario

Nanni — In realtà il mio sogno è sempre stato quello di saper ballare bene. Flashdance si chiamava quel film che mi ha cambiato definitivamente la vita. Era un film solo sul ballo. Saper ballare...e invece alla fine mi riduco sempre a guardare, che è anche bello, però...è tutta un'altra cosa.

posted by Anónimo on 10:22


quarta-feira, abril 28, 2004  

ma ligne de chance





posted by zazie on 23:22


 

[algumas exposições de Rui Chafes]



Pássaro Ofendido [Galeria LEO, Lisboa, 1986]

A Não Ser Que Te Amem [Galeria LEO, Lisboa, 1987]

Amo-te: O Teu Cabelo Murcha na Minha Mão (Entre Este Mundo e o Outro Não Tenham Nem Um Pensamento a Mais) [Espaço Poligrupo / Renascença, Lisboa, 1988]

Um Sono Profundo [Galeria LEO, Lisboa, 1988]

Como Uma Nuvem Pesada [Galeria Atlântica, Porto, 1989]

A Vocação do Medo [Galeria Diferença, Lisboa; Galeria Atlântica, Porto, 1990]

A Manhã [Galeria Alda Cortez, Lisboa, 1993]

Sonho e Morte [Centro Cultural de Belém, Lisboa, 1993]

La Herida [Galeria Fúcares, Madrid, 1994]

O Corpo Não Entra [Galeria Alda Cortez, Lisboa, 1994]

Sombras Que Não São Sombras [Galeria Camargo Vilaça, São Paulo, 1996]

Não Quando os Outros Olham [Galeria Alda Cortez, Lisboa, 1997]

Medo Não Medo [Galeria da Restauração, Porto, 1998]

Bolor Pólen [Galeria Porta 33, Funchal, 1998]

La Face Intérieure [Galerie Cenr8, Paris, 1999]

Durante o Fim [Sintra Museu de Arte Moderna, Palácio Nacional da Pena, Parque da Pena, Sintra, 2000]

Um passo no escuro [Pavilhão Branco do Museu da Cidade, Lisboa (com Fernando Calhau), 2000]

Leçons de ténèbres [Galerie Cent8, Paris , 2002]

Ash Flowers [Centro de Arte Contemporânea de Copenhaga, 2004]

© artlink




posted by Anónimo on 21:35


 

Rui Chafes, um desenho que chegou pelo correio do Faial

O desenho,
quando chegou à portaria da estalagem
parecia ter vindo sobre a transparência
das águas. A chuva
da manhã molhara o envelope. Mal
se podia ler o meu nome; um ténue
borrão azul. O desenho,
uma árvore vista a partir do interior
com o tronco, os ramos brancos e as folhas
sobre enroladas, quase o corte de
um órgão do corpo humano —
o útero, o coração, os testículos. O
contorno de um rosto, o lápis
tornou-o mais vivo. A paisagem
botânica domina um horizonte vazio. Grãos
de sementes têm a mesma matéria das colinas;
e as plantas, terra e carne.
Algumas dessas vidas vegetais
fazem amor ou esperam vir a foder. Comparado
com o tão leve traço
que esforço e inútil escrever um só verso.

João Miguel Fernandes Jorge, Bellis Azorica
© Relógio d' Água, 1999


posted by Anónimo on 21:03


 

Dois anos e tudo como no início. Sem concorrência.



Periférica #9 | Primavera 2004

A fotografia da capa é de António Lucas Soares

posted by Anónimo on 14:13


 

sirr | ecords



Uma boa proposta da antena 2: insula dulcamara de Paulo Raposo + Carlos Santos. Ora ouçam.

 
"Insula Dulcamara" features a series of live and studio improvisations that we were progressively transformed and shifted over two years. Small snapshots captured during vacations in the north of Portugal, travelling notes, reverberating spaces, particular gestures embroided in and against very different materials. The sounds move quietly through the fragmented landscapes of field recordings and the transforming electronic processes create a highly evershifting but detailed sonic flow.

posted by Anónimo on 13:05


 

sob escuta

Hoje no baile dança-se o tango reacionário e a valsa sinistra. Mestrado em estudos sociais orientado por Carla Bley:


posted by Anónimo on 10:18


 

and now for something completely different…



You are all individuals!



We are all individuals!

posted by zazie on 02:19


terça-feira, abril 27, 2004  

O canalizador

[...]

O canalizador ficou em minha casa quarenta e nove horas a fio, mas o trabalho estava longe de terminar. Numa altura em que eu passava no vestíbulo, para ir à cozinha, ouvi alguém bater à porta.
– Abra!... – diziam. – É urgente!...
Abri e à minha frente estava a vizinha de cima, vestida de luto pesado. No rosto trazia marcas de um desgosto recente, toda ela a escorrer para cima do tapete. Parecia saída do Sena.
– Caiu na água? – perguntei, interessado.
– Desculpe-me incomodá-lo, mas tenho uma ruptura lá em casa... Há três dias que chamei o canalizador.
– Anda cá um. – respondi. – Talvez seja o seu.
– Os meus sete filhos afogaram-se – explicou. – Nesta altura os dois mais velhos ainda respiram, porque a água só lhes bate no queixo. Mas o canalizador está a trabalhar em sua casa... não queria incomodar...
– Parece que houve um engano. – disse eu. – Vou perguntar-lho, para ficar de imaculado coração. Falando verdade, os meus canos funcionam perfeitamente.

[...]

Boris Vian - O Canalizador | As Formigas Trad. Aníbal Fernandes - Assírio & Alvim (1985)


posted by camponesa pragmática on 18:08


 

O odor da papaia

Já tinha encontrado Heinrich von Kleist nas prateleiras mais escondidas de livrarias distraídas, em salas de cinema obscuras, mas nunca na rádio como há pouco (uma intervenção sucinta mas oh-quão-incisiva na emissão "Literaturas", de Alexandra Lucas Coelho, na Antena 2).

Alexandre Andrade levou alguns livros para o estúdio: “As Marionetas” de Kleist (Hiena), “A Cartuxa de Parma”, de Stendhal (Relógio d’ Água), “O Monte dos Vendavais” de Emily Bronte (Relógio d’ Água), “Ficções” de Jorge Luís Borges (Teorema) e os Romances da Távola Redonda.

Cruzei os braços e deixei-me ficar a ouvir os dois.

posted by Anónimo on 18:01


 

Num livro velho

Num livro velho - mais ou menos de há cem anos -
por entre as suas folhas esquecida,
encontrei uma aguarela sem assinatura.
Devia ser a obra de artista assaz forte.
Levava por título, «Apresentação do Amor».

Mas antes lhe convinha, «- do amor dos ultra estetas».

Pois era evidente quando se via a obra
(com facilidade se sentia a ideia do artista)
que para quantos amam um tanto higienicamente,
mantendo-se dentro do permitido de todas as maneiras,
não era destinado o adolescente
da pintura - com olhos castanhos de cor profunda;
com a beleza selecta do seu rosto,
a beleza das atracções perversas;
com os seus lábios ideais que levam
o prazer a um corpo amado;
com os seus membros ideais moldados para leitos
a que chama depravados a moral corrente.

Konstandinos Kavafis
Tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis
© Relógio d’ Água (que se prepara para lançar a obra completa do poeta grego)

posted by Anónimo on 15:59


 

Entre os olhos, o deserto


© Miguel Rio Branco

Calexico | Crystal Frontier (Widescreen Version)


posted by Anónimo on 10:27


segunda-feira, abril 26, 2004  

Ja Ja Ja

Ne Ne Ne





Joseph Beuys - "Ja Ja Ja Ne Ne Ne", 1970, Mazzotta Editions, Milão, 33 rpm, 500 cópias.

posted by zazie on 23:34


 

Slumberland

Na próxima revisão da Constituição sugiro que se registe o direito à sesta em dias de verão, sempre que eles ocorram, a chamada Lei de Winson McCay.


posted by Anónimo on 18:09


 

20-7-1974 - Diário de Lisboa
Centro de Documentação da Universidade de Coimbra


posted by camponesa pragmática on 15:05


 

a poesia neerlandesa #4

Batatas

Planta mais banal e bem disposta todavia
ninguém neste sombrio país encontraria.
A batata é tão holandesa: dança meio louca
para dentro do cesto e depois para a boca.
Ao castanho de velhas e usadíssimas cuecas
e de mesmo muito gastas noivas ela junta
uma redondez suína, estilo Grão- Mogol,
e de moeda rolante a facial expressão.
Nos campos do senhor saracoteia um baile
e tem seu banco de aforro debaixo do chão.

H. H. ter Balkt "Uma migalha na saia do universo— antologia da poesia neerlandesa do século vinte", tradução de Fernando Venâncio
© Assírio & Alvim

Há mais poemas aqui, assim como fotografias. Um link gentilmente enviado pela Mariana




posted by Anónimo on 13:50


 

Malick Sidibé



Do nosso correspondente em Coimbra:

O que faz um homem?

1 - O corpo. Os pés largos assentes na pedra. O tronco esguio de uma rapaz. As costas de uma mulher reclinada.

2 - Os objectos. Um rádio. Uma mala de mão. Óculos escuros. Uma motorizada. Rádios. O que trazemos connosco, a nossa carga, a bagagem que levamos quando vamos apanhar o avião.

3 - A fotografia. A memória. A nossa imagem que é a memória com que permanecemos nos outros. Uma pose para tu ficares a saber como eu gostaria que tu me visses. Para quando um dia depois.

Malick Sidibé no CAV | Colégio das Artes | Pátio da Inquisição | Terça-feira a Domingo das 10H00 às 19H00 | Até 25 de Maio


posted by Anónimo on 13:42


domingo, abril 25, 2004  

Escrevam na Constituição

Ontem encontrei o livreto de Manuel Gusmão “Os Dias Levantados” (editado pela Caminho) na Biblioteca e resolvi trazê-lo para ler. Escolhi esta passagem de “As Casas Andantes” para a Ana:

O Homem
Como é que uma rua entra numa casa?
E como é que as casas deitam p’rá rua?

A Primeira Mulher
Sonham:
a rua ia dar ao mar.

A Segunda Mulher
E depois, se fosse na minha terra,
era as ondas que tinhas que varrer.

Um Segundo Homem
Vocês abusam. Vocês deitam as casas à rua.
Põem a rua dentro de casa.
O poder não pode estar na rua.

Coro
Escrevam aí: uma casa é uma árvore
que abre e fecha a noite e o dia;
um bicho emplumado-andante;
um avião que faz uma nuvem no tecto;
uma rua que é o mar num jardim.

A Primeira Mulher
Onde é que estão a escrever?

A Segunda Mulher
Na Constituição.

A Primeira Mulher
E o que é? É p’ra valer?

O Homem
É uma construção civil.

O Segundo Homem
Isso é o que ainda se verá.

Coro
Escrevemos, agora:
As casas andantes mudam
de lugar. E sob os seus pés
move-se o mundo
muito novo e muito antigo.




posted by Anónimo on 22:03


 

sob escuta


posted by camponesa pragmática on 19:50


 

De repente, avistei uma nuvem com uma forma estranha



António, será que falam sobre as nuvens?

posted by Anónimo on 18:01


 

Contradições da democracia



No mesmo dia em que leio na Pública (no artigo: “Assim é o Português”):
58 | LIVROS | Não lê mesmo. Quase metade dos cidadãos europeus diz ter lido pelo menos um num espaço de 12 meses, mas a maioria dos portugueses (67,3 por cento) assume que num período igual não pegou num livro. Razão alegada: “Não tenho muito tempo disponível”. Não se estranhe pois que mais de metade dos portugueses (54 por cento) não tenha um escritor nacional preferido.

No Glória Fácil a Maria José Oliveira informa-nos que haverá mais Robert Walser em breve: “Jacob von Gunte”, pela mão da Relógio d’Água.
Cinco vírgula três* por cento dos portugueses agradecem e disponibilizam todo o tempo do mundo para o romance de Walser.

_______
* segundo um estudo (não muito credível, é certo) a que tivemos acesso há minutos.

posted by Anónimo on 17:52


 

© Alfredo Cunha


© Alfredo Cunha

Galeria - aqui.

posted by camponesa pragmática on 16:54


 

Mil nove e sessenta e três

Sentei-me junto à varanda com o livro de Larkin nas mãos à procura de um poema para dedicar à Zazie. A tarefa é tão difícil. Eliminei os maiores, os mais bucólicos, e os que já foram publicados aqui; ultrapassei "Simpatia em branco maior" e "Seja assim o poema"; decidi-me pelo famoso "Annus mirabilis" — uma espécie de sombra para um dia de sol quente —, traduzido para português por Rui Carvalho Homem:

Annus mirabilis

Só começou a haver sexo
em mil nove e sessenta e três
(Para mim, tarde de mais) —
Entre o fim do interdito
De Lady Chatterley's Lover
E o primeiro LP dos Beatles.

Até então, tinha sido
Uma espécie de regateio
Por uma aliança e um parceiro,
Vergonha que tinha início
Ao chegar aos dezasseis
E alastrava sem freio.

E de repente, acabou:
Sensações iguais p'ra todos,
E cada vida a tornar-se
Por igual, sem distinção,
A sorte grande; um jogo
De fortuna e sem azares.

Não há vida como após
Mil nove e sessenta e três
(Para mim, tarde de mais) —
Entre o fim do interdito
de Lady Chatterley's Lover
E o primeiro LP dos Beatles.

Philip Larkin, Janelas Altas (edição bilingue)
© Cotovia

posted by Anónimo on 15:14


 

no dia vinte e cinco de abril estava na escola

Não me lembro de todos os pormenores mas calculo que, como era hábito, a minha mãe levou-me à escola de carro e seguiu para o emprego em Vila Nova de Gaia. O imprevisto começou depois; naquele dia não houve aulas, nem ninguém trabalhou. A avó trouxe-me para casa pela mão, dois ou três quarteirões separados por uma avenida. A mãe voltou a atravessar a ponte; viu militares na Serra do Pilar; recolheu o meu irmão; e foi ao supermercado comprar bolachas, latas de atum e coisas desse género. Em casa só havia crianças e mulheres, o meu pai nessa altura trabalhava longe, no alentejo ou no algarve. Suponho que elas tentavam esconder a aflição mas mesmo assim lembro-me de ver a minha mãe a chorar. Não sabiam o que se passava e temiam o pior, percebi mais tarde. A televisão e o rádio estiveram sempre ligados. Creio que passei o dia todo a brincar com o meu irmão. Não me recordo de mais nada. De certeza que nessa noite dormi com a minha mãe, em segurança.
Não tenho nenhuma fotografia dessa data. As duas que guardo com maior carinho são posteriores. Numa, o meu pai estende a mão com o “v” e tem um sorriso rasgado na cara. A outra foi tirada em 1975, tem a data escrita atrás: 18 de Julho, o verão mais quente da nossa história. Havia um grande comício nas Antas, perto de casa, e um fotógrafo apanhou-nos na rua, a mim e à minha mãe, de imprevisto. Quando tenho dúvidas volto sempre a ela, pela alegria, apenas isso, não há nem poderia haver nessa altura qualquer consciência política em mim, não há autocolantes ou outros símbolos, apenas o riso. Mais tarde compreendi que, para além de tudo o mais, a revolução significa para mim este riso. O 25 de Abril de 1974 foi uma das datas mais importantes da minha vida.


posted by Anónimo on 14:32


 

tendre et cruel/ réel et surréel

Pierrot le fou c'est :
-Stuart Heisler revu par Raymond Queneau.
-Le dernier film romantique.
-Le Technicolor héritier de Renoir et Sisley.






Tendre et cruel
Réel et surréel
Terrifiant et marrant
Nocturne et diurne
Solite et insolite
Beau comme tout.

Pierrot le Fou


Marianne: - Non, Pierrot.

Ferdinand: - ... Pas te redire de m'appeler Ferdinand.




Marianne: - Une saison en enfer.

Ferdinand: - L'amour est à réinventer.

Marianne: - La vraie vie est ailleurs




M: - Elle est retrouvée
F: - Quoi?




M: - L'Eternité



F: - C'est la mer allée
M: - Avec le soleil

posted by zazie on 01:04


 
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